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Proteína do Futuro: Carne de laboratório e insetos prometem suprir necessidade nutricional
Inovações alimentares sustentáveis visam substituir carnes tradicionais e atender à demanda global
24/06/2024 08h30
Por: Carlos Freitas Fonte: Redação
Proteína do Futuro: Carne de laboratório e insetos prometem suprir necessidade nutricional/Créditos de imagem Pexels

Ingerir proteína nas refeições é a recomendação de médicos e nutricionistas para uma dieta equilibrada. Além das fontes tradicionais, novas alternativas estão surgindo para ajudar a controlar a ingestão diária do nutriente. No futuro, carne de laboratório e insetos, como grilos e gafanhotos, poderão desempenhar um papel importante nessa função.

“Nos últimos 30 anos, vimos avanços científicos em produtos mais sustentáveis que eram inimagináveis para a maioria em 1994. Produtos derivados de culturas de plantas, como glúten de trigo ou leguminosas, ou cultivados a partir de tecidos animais, estão na lista”, destaca o professor Bob Doherty.

A pesquisa indica que as dietas continuarão necessitando de proteínas, carboidratos, legumes e verduras. No entanto, no caso das proteínas, as substituições por carnes cultivadas em laboratório serão cada vez mais comuns, em vez de depender exclusivamente de abates de bovinos, suínos ou aves.

Uma das razões para essa mudança são as preocupações com as mudanças climáticas. Em um estudo realizado pela Universidade de York, 70 mil pessoas foram entrevistadas sobre o impacto da produção de alimentos, como a carne, no meio ambiente. 72% dos entrevistados expressaram preocupação com os próximos anos.

A carne de laboratório se encaixa no padrão de sustentabilidade por não emitir gases nocivos ao ambiente e não utilizar grandes quantidades de solo e água, ao contrário da pecuária tradicional. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), das emissões totais de gases de efeito estufa pelo rebanho global, 44% são na forma de metano, 29% correspondem ao óxido nitroso e 27% ao dióxido de carbono.

Quanto à inclusão de insetos na dieta, a explicação está no valor nutricional que oferecem, como energia, gordura, proteína e fibras, sendo uma alternativa às carnes convencionais. A FAO também ressalta que, dependendo do inseto, eles podem ser fontes de três micronutrientes essenciais: zinco, cálcio e ferro.

Para o professor Doherty, as alterações climáticas continuarão impactando o planeta, mas a mudança na produção de alimentos também será observada. “À medida que enfrentamos os desafios das mudanças climáticas, precisamos abraçar inovações para garantir que possamos alimentar uma população crescente de maneira sustentável”, finaliza ele.