Saiba o que é o crestamento bacteriano comum em feijoeiro
O crestamento bacteriano comum é uma doença causada pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli (Sinônimos: Xanthomonas phaseoli e Xanthomonas campestris pv. phaseoli) e ocorre principalmente em regiões brasileiras de clima quente e úmido, destacando-se como um problema nas lavouras de feijão do Sul, Sudeste e Centro-Oeste (safras das águas) do Brasil.
Sintomas
Os sintomas típicos da bacteriose ocorrem em toda parte aérea do feijoeiro. São observadas manchas encharcadas nas folhas que aumentam de tamanho e se tornam necróticas, podendo apresentar um halo tênue ao seu redor. No caule, primeiramente as lesões são alongadas e encharcadas. Conforme a doença evolui, elas se tornam avermelhadas.
Quando a infecção ocorre na região do nó das folhas primárias, a planta pode quebrar nesse local. Este sintoma é chamado de podridão nodal ou, mais informalmente, pescoço quebrado.
Nas vagens a doença mostra-se por meio de lesões encharcadas e circulares que evoluem para necróticas e avermelhadas. Quando as lesões se encontram na sutura da vagem, estas são alongadas.
Os sintomas podem ser visualizados em sementes, as quais podem apresentar a descoloração do hilo, manchas amareladas no tegumento, enrugamento e malformação. Porém, também há casos em que a semente se mostra assintomática.
Etiologia
A X. axonopodis pv. phaseoli sobrevive de diferentes formas:
- Sementes: de 2 a 5 anos, interna ou externamente sem perder sua patogenicidade;
- Restos culturais infectados: o período de sobrevivência depende das condições ambientais, sendo favorecida quando estes restos estão em superfície;
- Plantas daninhas como a guanxuma, tiririca, caruru, ervilhaca, além de outras fabáceas.
Este patógeno se dissemina a longas distâncias por meio de sementes infectadas, que são a fonte primária de inóculo. A água da chuva e de irrigação também são meios eficientes de disseminação secundária da bactéria. Temperatura e umidade elevadas favorecem a ocorrência da doença.
Controle
Para realizar o controle eficiente do crestamento bacteriano comum, é importante utilizar várias medidas simultaneamente. A adoção de sementes de qualidade sanitária é vital, portanto, utilizar sementes certificadas oriundas de campos idôneos é o primeiro passo.
Realizar rotação de culturas com espécies não hospedeiras por um ano, incorporar restos culturais, eliminar plantas hospedeiras alternativas e controlar insetos que podem disseminar as bactérias são medidas de controle que também devem ser adotadas.
Referências:
BIANCHINI, A.; MARINGONI, A. C.; CARNEIRO, S. M. T. P. G. Doenças do feijoeiro. In: KIMATI, H. et al. Manual de Fitopatologia. 4 ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 2005. (volume 2).
Autor: DEBORTOLI, Mônica. Conheça o crestamento bacteriano comum em feijoeiro.
Fonte: Elevagro